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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Um direito

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Uma pequena caixa (sem laço de fita, nó, ou mesmo embrulho) assim ela se faz. Um pouco distante de meu controle, espontâneo apenas, assim ela se constitui e quando piscares os olhos aqui ela estará, posta em tuas mãos. Assim é possível porque é verdadeira. Assim ela existe porque há motivos e esses trazem as palavras certas (as mais diretas- não – as mais certas). Sem que eu saiba mesmo se conseguirei contê-la em minhas mãos, nem mesmo se será possível materializá-la num encontro pessoal. Um símbolo talvez o fizesse, mas, existiria tanto ali que de certa forma transbordaria daquele objeto e tanto eu quanto tu poderíamos ficar por horas decifrando sua extensão. Mesmo sem forma definida ela- esta que te trago- irá se tornando cada vez mais clara, com o passar do tempo. Mais doce, também. Sim, doce como o aroma dos pães de queijo em fronte a uma delicatessen; como o pleonástico vapor quente de biscoitos recém assados num forno caseiro; o gelo de uma torta de limão; brigadeiros enrolado...

Tempo de sol escaldante com dias curtos e noites longas: Paradoxal e mais feliz

Depois da chuva, depois da névoa, e até mesmo da nevasca, enfim aconteceu. Desejado, demorado, nunca tardio. Ah, sim... Como é doce, todas as possibilidades, sem restrição- quem sabe tenha mas não interessa pensar nelas. Tudo que a tempo não se podia, tudo que há um tempo se reduzia a um futuro distante, uma promessa, uma lembrança do que já se teve e se tornou necessário aguardar. E aguardado foi, como se todas as horas passassem como dias e esses como meses. As noites, porém, passavam como minutos, e às vezes até centésimos deles, como se num piscar de olhos o momento de evasão fosse roubado e de volta à realidade havia muito a se cumprir, de todos os lados a cobrança se fazia, e em todas as direções algo lembrava da dívida não paga, da ponta sem nó, da estação que ainda parecia distante. É difícil dizer se é chegada a estação. O motorista continua, agora sem forçar tanto o motor, como uma motocicleta o faz descendo uma ladeira, como se tudo agora não dependesse mais da vontad...

Wake up!

Você reclama. Eu reclamo. Porém, mais doce que a realidade não há. Por mais que me perca em devaneios ou tenha passado horas em sonhos, jamais senti (e jamais sentirei) o aroma ou sabor tamanho de um minuto estando acordada (num sonho qualquer). Sim, doce. Sim, bom... Muito bom e jamais algum tipo de sonho será melhor. “Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar” (Shakespeare) Nossos sonhos são traidores e nos fazem perder o tempo que poderíamos viver se não fosse o medo de acordar. - Eu diria. Acordar dói. Dói como a primeira vez que você respira só, quando nasce. Mas é tão necessário e de necessidade transfigura-se em vício . Acordar é como ter amigos: Você pode não julgar necessário ou mesmo duvidar se de fato é possível, mas então quando você se convence, vicia e não quer viver mais de outro jeito.  De pé. Obrigada por me fazer levantar!