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Mostrando postagens de novembro, 2016

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

E daqui a dez anos?

O incerto me cativa, me seduz, me conquista, mas nem sempre até ele eu vou. O desejo sem ação fica guardado, cresce ou vira memória e no sótão das ideias ele faz morada, rangendo o piso de madeira, tocando a janela de vidro como galho desritimado, o vento que entra pela fresta da janela, a torneira que começa a pingar de madrugada... me lembrando toda noite de sono que dele nunca esquecerei, que ele não se tornará obsoleto, residente em minha casa sem pedir licença ou permissão. Como chegar ao norte, mirando o oeste? De rosa dos ventos quebrada - linhas já traçadas -  de destino demitido e relógio parado, eu cheguei até aqui. Até aqui, onde? Até esse texto, até as incertezas, até onde não sei pra onde eu vou mais. Mas e daqui a dez anos? ...