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Mostrando postagens de novembro, 2017

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Analistagem

Quem muito teme errar, corre o risco de nunca saber o que é o acerto.

E ai, qual vai ser?

E se eu te disser que teu sonho já aconteceu? É, já. Tua casa tá pronta desde o dia que tu soube como ela é. No momento que ela veio à tua mente e de imetiado o sininho tocou, ela apareceu, lá no fim da estrada de tijolos amarelos. E... não, não há como ser impossível de ser construída porque ela já foi. Passado. Em mais pleno, direto e claro Pretérito Perfeito do Indicativo. Ai eu te pergunto: Vai correr para chegar até ela ou vai perder teu tempo em outros caminhos que te levam ao nada? Vai gastar toda tua única vida, única chance levando nas costas outra pessoa pra casa que ela construiu ou... vai parar de se esconder, de reclamar do dedo do pé que nasceu torto e vai correr, caminhar não, correr pra chegar na casa que tu construiu e é tua por direito? E ai, qual vai ser? Estrada de tilojos amarelos Ou... Burro de carga dos sonhos alheios por pura preguiça de ser feliz? ...

Sendo Lírico, Eu

Quando o mundo vai entender que ser Eu Lírico pode ser se vestir do outro? Quando o sujeito não sabe como dizer, a gente se veste, se despe, se pinta e se enfeita pra alcançar a alma, pra sair do nosso corpo e assim enxergar o que o outro sente. É sobre empatia, amor e palavras. É sobre desejo e vontade de escrever. É quando a vida da gente fica pequena e o coração aperta e o outro transborda tanto que por um momento a gente quer se afogar e brincar de beber nem que seja uma gota da história outra que nunca vamos viver. Ser Eu Lírico é ser mais que Eu, por um momento. É ser livre do verbo, do sujeito, do artigo, oblíquo ou não. E ainda assim, pedir de empréstimo alguns vocábulos, e extravasar a alma, até outra alcançar.

Desencontro

Sendo moça de poucos amores, ela não sabe onde procurar em memória sua, qual o gatilho usar, pra lidar com história essa de nem mesmo conseguir respirar quando a ver passar. Incessantemente busca por uma experiência antes vivida, uma atitude antes tomada, mas em vista da frustração decide fechar os olhos e imaginar o que agora fará. Desenha, projeta, articula tudo. Enquanto andarilhos sem sorte procuram nos olhos dela desejo. Insistem. Iludem-se. E ficam. Permanecem olhando para ela, conversam. Enquanto ela deles surda, muda e cega, ainda projeta, articula e desenha. De corpo presente. De mente viajante De dúvida constante: Como conquistar aquela que dela, tirou o fôlego.

Quando se vai embora antes mesmo de chegar

Pra não sentir saudade E de novo morrer Nem me permiti. Antes mesmo de te ter De te querer Fingi Matar a vontade em garrafa sem nome, nem apreço E assim já sei que não te mereço Pois por medo e covardia Nos braços da solidão me deitei E fiquei E dormi E acordei E em viola minha cantei A tristeza do dia que nasce sem ti E se põe Só pra Lua me dizer Que foi Pra não sentir saudade Que me perdi De ti (amar)