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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Nasceste da tinta?

O uso da palavra nunca deu ao escritor o direito de detê-la Mesmo sobre qualquer argumento de amor ou fascínio, ela nunca será sua. Vive porque é livre, solta, entra e sai de contextos renovada, simultânea, dona de si. Não importa por quantas bocas já foi dita Por quantas penas amada Quantas lágrimas borraram sua sombra Nunca será de ninguém  Nem de Chico Nem do seu próprio passado, quando passeia pela tempo futuro: Ainda não vivido Ainda não amado Ainda não morrido Ela vagueia pelos tempos  Pelos modos E a depender de onde esteja dispensa as vírgulas, as crases Que também são palavras