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Mostrando postagens de 2014

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

doce salgado mar de outro, algum, qualquer lugar

e às vezes eu queria voltar de tanto querer ir não sei quando eu quis sair lá da beira daquele mar sem mais alguém barrando o sol sem mais alguém fazendo companhia pra aquela praia triste e fria como um peixe e seu anzol já não sei onde quero estar onde estando seria feliz já não sei onde repousar onde descansar o mal que a mim mesmo fiz ao perder de todas, uma chance duas, três e não sei mais devo ter deixado pra trás o que me faria ir adiante onde entre sonhos me perco e a distância encontro eu diria em outro versos que ainda são em outros tempos que ainda não passam no mesmo embalo dos ponteiros nunca tão ligeiros como o voo de um falcão

Amigo,

se cansa-te, o dia casa-te contigo com o que há de mais verdadeiro, exausta-te e no teu ser encontrará o amor que mais puro há de haver em teu sangue, em tua mente. Se cansa-te, a ti mesmo doa-te um pouco pro outro, ainda não tão cansado e divide o peso pra que amanhã, quando tu não tão cansado estiveres, o outro doe-se um pouco (pra ti). 23/07/2014

Verticalmente o outdoor não me convence mais.

O mundo está longe de mim, lá na outra esquina, mãe não sei o que será de mim, sem estar onde todos estão. Uma dose aqui, outra saideira é o que pedem ao balcão, mas não caio nessa de bebedeira, não depois de acordar no porão, depois de não lembrar onde coloquei os sapatos e as chaves, o relógio e a minha reputação. Essa vida segue o ritmo dos bem sucedidos, aceitados e os normais são elogiados em cada esquina, saem na tv, nos jornais, tão logo nos outdoors, ditam as normas da sociedade: aprenda como viver, como tornar-se uma celebridade logo será aceito, como eu fui, podás aqui chegar! Ôh não desanime, pode ser tão bom, quanto eu, logo estar no meu lugar! Não, não desistam, esse dia logo irá chegar! Guarde essas palavras e siga ao pé da letra: Eu posso ser o melhor, se seguir as normas de etiqueta, desprezar o mais incomum que há em mim, o estranho e obsoleto, em favor do mais importante: ser aceito, por mais que insatisfeito - comigo mesmo, mas para todos os outros s...

Perdi e ganhei

Já fui aquela que detinha o know-how aquela que achava que você não era bom (o suficiente) e que nada mais era tão natural como o jeito que fazia tudo, simplesmente. Tudo resumido em academia, era o lugar aconchegante fora de lá, não havia autonomia para sorrir mais adiante. Dizem que a sorte tem de suas vontades e tudo não te permite ter se, no amor, tem a vontade nos negócios não há de ter. Os outros eram só os outros... e só não foi Leoni que ensinou-me, em hora aquela mas a confiança de uma vida inteira sem o sofrimento de uma perda maior. Mas Deus quis tirar de mim a pretensão quis-me mostrar que sou tão humana e falha quanto o outro que sou o outro que estendia a mão, que julgava em silêncio mesmo afirmando: "Jamais, não!". Sou o reflexo do que não via ao espelho enfrentar minha feridas estão a mostra, as que antes não pareciam estar e há motivo pra tudo isso, há porque frágil, agora, parecer preciso corrigir defeitos pra que o outro eu ...

Telescópio

Involuntário medo não é a decisão  mais primorosa mas o tenho, não sou feita só de primor, veja bem... a sensação de não caber em mim faz-me sentir não pertencente a onde estou rezo a Deus a pedir ajuda, a suplicar Sua presença até no sono cair. incondicional Amor O tenho, como afinal deveria ser? diante de prova maior: o sofrimento, a morte, para que Seus filhos pudessem viver. nos meus dias, sim acho-me acolhida quando me encontro perdida ao olhar pro espaço ou ao menos meu arredor, se daqui a beleza, os olhos, cega, imagine de lá? wow! De algum astro a visão deve ser inimaginável, talvez eu pertença a outro lugar acima daquela estrela, à esquerda do satélite, acima das nuvens... acima da minha mente, além do que vejo, além do que penso, além do que um dia, como carne humana, fui (e serei) capaz de pintar.

Cria da infância:

A criança que desperta não sabe quanto pode brincar não espera a permissão, não rejeita lápis e papel, tinta e massa de modelar. "Tá tudo sujo, quebrado, que bagunça!" Será de imediado o que receberá, diante da sinceridade, do domínio da arte de "criançar", sem descansar, sem pestanejar; continuará pela sala, quarto e quintal cozinha e chão de lama mãos de lama castelos no quintal poças de piscina e o quarto: bagunça paredes: telas sofá e lençol: casinha porque a criança sente como um ímpeto a vontade de se mudar daquele lugar no qual nasceu e incomoda quem a concebeu quem se esqueceu do dia que montou castelo de areia com balde no quintal de cobertor fez escorrega de travesseiro espada. Incomoda, a criança, porque traz o que ficou das lembranças esquecidas atrás do dia cheio, da rotina, da dura vida de responsabilidade do dia feliz pelo doce que...

Menina dos olhos mutantes

Menina do sorriso de fita de cetim Menina dos olhos recessivos por hora Menina não sabe bem o que sentir Só conhece o desejo que vai e volta Letras e as músicas fazem-na sorrir Tom e a voz fazem-na chorar Sabedoria sabe faze-la feliz Menina sem pé de samba quer dançar Não, não sei bem quem ela é pois não decide ao menos o tom dos cabelos a colorir en-tão veja bem, ôh solidão que deseja o seu coração vá embora, que a saudade já passou Menina que dança feliz pela rua que cuida de quem não pode pedir que brinca com a infância que nasceu depois que sempre está pronta pra sorrir Menina  não poupa o que dizer por horas estás a brigar com aquele que diz tortas palavras com aquele que não quer lhe respeitar A inocência se faz em face dela acorda, dança e com ela dorme sua pureza transpira em  pele fazendo-se de suor, de sal,  perfume Menina que voa com os pés no chão está interessada no que não pode ver vive em mundo só seu, num balão vive ...

Desejo de expressão

 o inverso na forma de verso deixa no verso do papel o pensamento ao contrário

Linhas feito flash

Vejo as fotos e lembro que não as tenho (não as temos). Não nos vejo esbanjando sorrisos quadrados, envidraçados, obrigados por câmera presente, demonstrando felicidade, às vezes ausente, a espectadores anônimos, desconhecidos e sedentos.  Não vejo provas dos dias vividos feito marcas de luz no papel, ou digital efeito, da alegria do momento passado (não vejo mais o passado, agora).  Em verdade vejo, as linhas trazem-me: teu sorriso em traço, de espontânea alegria no instante não clicado por câmera ausente de fotógrafo inexistente depois de um cego beijo, depois de desperta manhã , tua voz nossa pele teu perfume  Sem fotos                  do sono acordado                  do banho tomado                  do cabelo penteado           Cada passo registrado aqui, na tua ...