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Mostrando postagens de março, 2020

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

twenty eight

Mais um mês que meu útero se despe da tarefa de gerar um novo ser. Por dois meses ele se manteve inerte,  por preguiça ou descrença, nem fez questão de se arrumar todo. Já pensando na decoração do mês que vem,  hoje ele se desarruma enquanto me contorço de dor.  Bêbados, meus hormônios dançam no meu colo. Esbarram no ponche, sangria vinho e  barris de bebedeira escorrem por mim, enquanto tento dormir. Vão descansar, por favor

Chiclete e roubo: Ainda são sete anos

Foram sete anos, ainda são. Despido de direito tu, eu nego o teu desejo. O teu roubo, sem perdas para mim. Uma noite diferente Com pessoas diferentes Uma volta para casa diferente Teu espaço se reduz a um desencontro que faz sentido apenas na tua cabeça. Já te disse isso Então escuta de uma vez São sete anos para mim. Um segundo pra tu. Um segundo és tu, pra mim

Entre palavras e tempos e uma porta (ainda) fechada

Não soube te dizer não E sim não me saía Como tivesse perdido as palavras, parece que só acordes fazem sentido agora... Queria te dizer alguma coisa Mas não sou tão esperto assim, e alguns vocábulos se perderam, coragem foi um deles . Ela não me pede por palavras Pra ela posso doar menos Talvez seja essa a decisão, porque pra ti sei que tenho pouco a oferecer. Tu me faz lembrar do que falta em mim e é mais fácil te perder do que buscar e me rasgar e me resgatar de mim. Dobrado sem jeito em papel de caderno deixou na minha bolsa, sem remetente porque até o nome perdera a capacidade de escrever. Aquela coragem  desapredinda o impossibilitara de assinar as próprias palavras tardias e que apenas repetiam tudo que eu já sabia. Não foi preciso assinatura para ter certeza que aquelas letras tremidas de arrependimento e atraso eram dele, antes amigo, hoje passado. Li três vezes o bilhete nunca recebido, como quem exige uma satisfação impossível de reconhecer em seus olhos.  A carta m...

Somehow

E teu sangue era meu também, somehow (Ainda é) E isso deveria ter nos impedido (?) Mas não a ti, de querer em outros braços Completar o teu desejo Convencendo-te de qualquer coisa, Enquanto eu dormindo sonhava contigo Indecisa do querer continuar a te ver de olhos fechados Ou renunciar ao sonhos E realmente te sentir Mas tu quis o mundo Como musa a ser servida De todos os lados Teu erro foi querer demais Sem antes merecer Exigir que o mundo servisse a ti Esse desejo que me fez ir embora E meu nome sabes e saberás Só pra lembrar todo dia Que me perdeu. Moça, meu sangue ainda é parte do teu. Mas em meu coração, tu não mais faz Morada