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Mostrando postagens de abril, 2020

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

A virgem de João

nem era você que desejava hora outra era você que em hora certa, e lugar certo estava queria eu queria você e por isso ocorreu até te conhecer tu se mostrar qm és desejo quem quero ser quem quero ter tive futuro do passado que quero presente ser e foi em festa sem passado e não foi futuro pra ti futuro não te quero nem presente que se faz no passado te quis não quero mais

Lugar certo

Levantou-se pois já não conseguia mais ficar ao lado daquele que insistia seu tempo conquistar Cansada de demonstrar não interesse fez do seu caminho o bar querendo apenas respirar sozinha No caminho avistou num conhecido entre outros no salão na metade da desculpa encontrou nos olhos distantes conhecida expressão Comprimentos, sorrisos e uma memória falhando o plano inicial o caminho inicial esquecera era banheiro, saída ou bar? Enquanto permanecia no olhar (dele) uma mão viu se estender seus pés de pronto não obedeceram mas irão algum ritmo encontrar

pra depois de dançar

dançavam pelo salão e o perfume do vento com suas mãos suaves a abraçar aqueles que não viam, mas ouviam os cantos dos cochichos dos casais outros aos ouvidos os segredos eram tantos que se faziam música além do moço do violão (em segundo plano) como penetra na festa de gala os sussurros somavam-se em valsa ritmados pelos corações dos esperançosos que trocavam informações que sentiam na pele a respiração com seu ritmo próprio seu desejo próprio de ser mais além do segredo além da dança além do salão

Sem frutos, futuro ou presente.

O se é tipo erva daninha começa como quem não quer nada é até bonitinha (tu que pensa, abestada) quanto tu nem vê já tomou tudo e o que tu achava que era laranjeira  nunca vira suco não cuidasse antes agora já é tarde precisa arrancar da terra tudo que plantasse e de novo começar e dessa vez se atentar pra que semente está a germinar arranca tudo, menina e entende dessa vez que pra sobreviver precisa descobrir que de erva daninha fruto nenhum há de vir

Grata

Eu te digo adeus à Deus até Deus. Fica, se quiser, e cuida de tu. Que eu cá, já fui e tô cuidando de mim. Não te preocupas comigo Nem dedicas teu tempo a chamar minha atenção. Que sem tu eu tô bem. Contigo não é minha melhor escolha Comigo, me amo mais. Nesses tempos de solitude Tenho revisitado pensamentos e advinha só? Só te acho no passado. Lá tu estás, em vestido de gala, linda como rainha. Lá te guardo bem, e a essa memória sou grata. Faz de mim quem sou. No passado, te guardo. No presente, quero distância tua Minha decisão. 09.04.2020