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Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Acabou pra ser

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 fúlgido foi e será porque nem tudo dura uma vida e nem precisa durar o que queres agora importa mais mas não fujas, meu bem da intensidade que desejas só porque o que agora se mostra é pra em um minuto caber se não cabes, tu, em um minuto então não te moldas, não corta as bordas, fica inteiro inteiro é a única forma de ser tu. mas se um minuto cabe no teu dia faz dele o melhor que puderes e vive cada instante como Clarice ensinou o melhor dos olhos abertos, dos lábios cerrados do corpo desenhado  vestido? já. vai. volta.   acabou.

Sim, meu amor é caro

||  O amor se mostra quando falta, para dizer que sem ele não há vida que valha a pena. || Foi comprando meus gozos que enriqueceu O meu, o dela, o dele também Enquanto me pagava, quinto nome da lista Tinha o direito de querer Querer e ponto. Minha dor, dele o prazer "Não me importune com teu cansaço" "O teu dinheiro sai do meu bolso" Descanso sem uma palavra proferir Amanhã Da minha boca Do meu ventre aquecido Das minhas pernas Fará fortuna "És importante, tu Não gozo sem ti Desde que calada me sirva, obedeça a mim" Digo sim, mas com amor é mais caro E não, não podes pagar. •••• "Aos garotos de aluguel" inspirando alguns versos

o céu de hoje

 Como tela de Michelangelo as nuvens se aproximavam de mim, foi como sonhar acordada... O céu, telhado do teatro que eu nunca fui Que lembro desde pequena observar prender o meu olhar nessa enorme tensão de não saber explicar o que eu sinto e se vejo, de fato não sei a verdade A certeza  não me ocorre mais mas tenho na memória a lembrança de outrora em que  ia ao teatro com sua poesia e via como era pelos olhos da criança enxergar a vida que vi passar que vi chegar aos anos que antes nunca tive a idade da idade da idade que não queria contar E como vitrais em azul marinho e branco que se movem e se moldam aos desejos das minhas ações sinto-me abraçada pelo céu de longe bem perto de mim e assim me sinto em casa em casa em casa brincar e cair e chorar em casa acordar para mais um dia ficar em casa

Onde estão as caixas nunca etiquetadas?

 seria eu desperta. capaz de saber o que acontece? ou será que preciso dormir para as respostas aparecerem? uma luz, uma sombra, uma lembrança se forja em pensamento translúcido mal entendido por mim quando os pensamentos se organizam, deixam escapar as pistas de onde eu estivera, noite passada, antes do corte aparecer em meu braço ferida que não lembro onde consegui as pistas não são claras, tento juntá-las e mais tarde tentar entender o que querem tanto me dizer, porque tanto machucam ainda se não só, com ajuda da voz outra, do que ocorre ao outro, quando minha voz é ouvida ele não pode ver meus sonhos, ou a bagunça esquecida, depois da noite de sono onde tudo parece ser organizado embalado sem etiqueta, onde foi parar aquela caixa? aquela lembrança que responde a dúvida que eu tenho se por vezes, acredito que no sótão, e faz sentido estar lá, por vezes parece que no armário embaixo da pia da cozinha é mais lógico encontrar talvez eu mude, ao dormir, de lugar talvez nunca estiver...