Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

o céu de hoje

 Como tela de Michelangelo as nuvens se aproximavam de mim, foi como sonhar acordada...


O céu, telhado do teatro que eu nunca fui

Que lembro desde pequena observar

prender o meu olhar nessa enorme tensão

de não saber explicar o que eu sinto

e se vejo, de fato não sei a verdade


A certeza 

não me ocorre mais

mas tenho na memória a lembrança de outrora em que  ia ao teatro com sua poesia

e via

como era pelos olhos da criança enxergar

a vida

que vi passar

que vi chegar aos anos que antes nunca tive

a idade da idade da idade que não queria contar


E como vitrais em azul marinho e branco

que se movem e se moldam aos desejos das minhas ações

sinto-me abraçada pelo céu

de longe

bem perto de mim

e assim me sinto em casa

em casa

em casa brincar e cair e chorar

em casa acordar

para mais um dia ficar em casa

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