Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô 
Que tudo preparava para encontrar minha avó 
Tudo.
Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente.
Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho.
Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor.
Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel.
Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar.
Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras.
Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou:
"Eu ja tava estressado 
Com aquele tanto de trabalho
Canário é igual a soldado 
Se come fora de horário 
Pode até não existir"

Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos versos anteriores, mas não lembro deles, estava eu focada no barquinho e minha memória não os armazenou. 

Meu avô. Minha avó. 

No sonho uma certeza: havia ela para ele. Havia amor que não cabia em uma vida, precisavam de mais.

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