Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Paris, um barco e uma colher de pau.



Na terra da Torre
Nas águas um barco
Nas mãos uma colher.
Sem destino, sem chegada, sem partida. Apenas ali.
No barco, eu.
Na margem, alguém para o qual eu mostrava saber remar.
Remar com uma colher.
Na terra da Torre

Uma canoa podia ser. Lugar para um, um remador.
No meio da cidade, perto da lá.
Uma lagoa, sem proa, sem chão.
Sem cidade, sem cidadão.
Apenas um, apenas eu.
Apenas o barco, a lagoa e a colher.
Descanso.

Depois do oceano, onde tudo é mais cedo.
Onde o dia nasce logo.
Onde a noite é paixão.
Onde à noite foi um sonho.
Que já de dia, acordei.

Tudo na Terra da Torre.

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