Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Sem consolo


Não tem jeito. Não me acostumo e essa história de depois melhora é farsa de consolador barato. Lágrimas podem não cair mas basta estar a caminho do guichê que me vem a saudade mesmo quando és tu quem me levas à compra. De passagens nas mãos sinto todos os dias de saudade que virão. As semanas passando como tartarugas e as noites mal dormidas entre lençóis frios, suo de calor que o ventilador ameniza, mas o frio não passa, gelando meu peito, minha mente procura no escuro aquilo que ela não vê, aquele que não vem porque sei que te terei dias a mais, mas enquanto não chegam tais, procuro te pintar em cada brecha de luz que ilumina um móvel pelo quarto e permite-me desenhar tua feição, teus traços, enquanto meu travesseiro traz teu cheiro, onde outro dia esteve só, a recostar tua cabeça, meus lençóis, mesmo outros, guardam teus contornos e eu quero que tu estejas ali. E por saber de tudo isso hoje durmo em saudade, como vivendo as próximas semanas nesses minutos. Amanhã estarei contigo, mas quero mais, quero depois e o depois do depois também. Posso te ter em 6/7 por semana, juro que posso; sei ainda que te tenho mesmo longe, mas sem beijos e abraços teus, como sanarei esse frio?

Vem, meu bem, vem comigo e me traz pra perto de ti. Traz-me de lá que em algum lugar estamos a sós. 
00:17
17/02/2013

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