Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Jamais monocromática luz

Tenho muitos sentimentos e isso não é de hoje
Já achei que acharia a cura, e na procura enfim sanaria
algum tipo de enfermidade que me convenci de ter,
por não encontrar nos meus identificação qualquer.

Hoje não me atormenta mais quando sou única a dizer
palavras sem sentido, planos e hobbies que nada oferecerem
aos desencantados pelas letras, poesias e versos
escondidos do inverso de a certeza de viver.

Se convencem da não-dúvida quem ao menos provariam
não sei como pensam e o que pensam ao dormir
enquanto em meu leito me deletito em possibilidades
e julgo meu passado por um dia a mais ter deixado de sorrir.

O pretérito não desejo mudar, imperfeito continuará a ser
não o trocaria por um qualquer, vulgar
esse perfeito que você julga ter;
acabado e sem sentido, sem ao menos ter durado
continuado, se extendido, uma ação, um reles passado.

Minha memória e meus textos me trazem o presente
de outrora vivido e descrito nessas linhas,
inspirações e horas sem sono
sem as quais não viveria, seria abandono.

Agora posso enxergar quão cinza desejaram que eu fosse,
dou Graças por não ter sido covarde e me perdido de mim,
sei que seria julgada por meus ideais abandonar
depois de ser pisoteada pelos mesmos que me quiseram parametrizar.

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