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Mostrando postagens de julho, 2015

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Sobre memória, spoiler e futuro

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E hoje meu dia se faz leve Deixo pra ontem o que se foi E pra amanhã o que não sei Sobre o tempo, a dúvida se faz E a cada incerteza do futuro O desejo do dia diferente Ainda não residente (na memória) Dê ao homem o poder de saber o futuro e logo se animará por antes de todos conhecer tudo que irá ocorrer mesmo que não possa mudar. Até que um dia perceberá que sua vida se tornou memória, como um livro já antes lido, uma história já antes contada, de conhecido, o futuro se tornará passado, ao passo que, em sua mente, já foi. Aí saberá que jamais, novamente, poderá degustar o sabor do desconhecido, a expectativa do inusitado e então  soterrado pelo tédio desejará o que não conhece, algo novo que não mais acontece, mas em vão será sua prece. O desejo antes valioso se tornará martírio; Pra se livrar desse mal, demorada oração; E frente ao medo de jamais se surpreender e de viver na mediocridade de saber que tudo que um dia viverá já está em sua memória, grita...

E se?

E de tanto me dizer, nunca quis ouvir Se tanto te julguei foi por não entender Eu nunca confessaria, veja bem "Você está certo" ah faça o favor! O que seria mais fácil acontecer? Cada fio meu de cabelo cair E mesmo assim eu diria que não Estava eu desencontrada de mim Sendo assim como poderia concordar? Tendo em vista escolhas descabidas Inventando prisões desmerecidas Versões erradas do meu ser Enquanto vivia a falta, a ausência... Renunciando sem pestanejar, ao tempo Como quem sucumbe a própria vontade E desconsidera a própria importância Raramente vive o que deseja Tendo em vista que mal sabe O que de fato precisa ? "Do braço a torcer a pensar em concordar contigo..." 17/07 22:51 h

por onde irei?

seria eu capaz de recomeçar? sem mesmo poder ver "o horizonte onde está"? sairei eu da desordem, da bagunça da frustração para onde encontrar-me-ei em lugar distante desconhecido (des)consoante onde o sentido, enfim, se fará (presente) ? saberia eu caminhar para lugar esse sem medo de me perder sem medo de não saber por que caminho andar bastando-me somente a certeza de que independente de pra onde eu vá o melhor da vida é (e será) o que de fato encontrar na ida, na volta... enquanto eu puder caminhar ? das cobranças fugir da minha mente fugir a realidade pintar com o tom mais verdadeiro que a aquarela possuir sem a menor gota de desgosto sem por um momento (des)aproveitar sem por um momento fugir sem medo algum de cair nos braços do destino por saber, por experiência ou dor que seria ao deixar cair a certeza ao vê-la se quebrar, que a verdade, enfim presente se fará mostrando entre seus cacos o que não pude antes ver por nunca ter...