Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

por onde irei?

seria eu capaz de recomeçar?
sem mesmo poder ver
"o horizonte onde está"?

sairei eu da desordem,
da bagunça
da frustração
para onde encontrar-me-ei
em lugar distante
desconhecido
(des)consoante
onde o sentido, enfim, se fará
(presente)
?

saberia eu caminhar para lugar esse
sem medo de me perder
sem medo de não saber
por que caminho andar
bastando-me somente a certeza
de que independente de pra onde eu vá
o melhor da vida é (e será)
o que de fato encontrar
na ida, na volta...
enquanto eu puder caminhar
?

das cobranças fugir
da minha mente fugir
a realidade pintar
com o tom mais verdadeiro
que a aquarela possuir
sem a menor gota de desgosto
sem por um momento (des)aproveitar
sem por um momento fugir
sem medo algum de cair
nos braços do destino

por saber, por experiência ou dor
que seria ao deixar cair a certeza
ao vê-la se quebrar,
que a verdade, enfim
presente se fará
mostrando entre seus cacos
o que não pude antes ver
por nunca ter permitindo,
ao menos
vê-la se
arranhar.

22/05/2015

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