Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Tempo de conflito

Até onde vale a pena
Até onde é em vão?
Quando ceder a vontade
Quando justifica o não?

Quais palavras usar
Se nem elas te convencem?
Se elas discordam
E entram em conflito
Em paradoxo estado

Apenas pensar no amanhã justifica
Apenas o amanhã responde
Mas se é hoje que se vive
E o amanhã pode não existir
Como basear a decisão
Em incerto tempo
Ainda não vivido
Se o presente conhecido
Quer  te seduzir?

Usando mansas palavras
Bem perto ao ouvido
"E se esse depois não vier
Enquanto eu estou aqui
Sacrificará o que já tens
Contrapondo o desejo com
"mas", "porém" ?"

E o que ainda te resta de sanidade
Depois de jogo de sedução
Usa tuas pernas contra a vontade
E te faz acatar a decisão

Até tua cama chegar
Em solitária condição
Te convencendo contra o desejo
Que foi o melhor a fazer
Sacrificando a vontade
Ainda em paixão a arder

Maldizendo o amanhã
Maldizendo a má sorte
Da tal da sanidade
Que te fez voltar
E então se recolher
Em necessária castidade
Para o auto julgamento não ter

De ter se entregado ao acaso
De ter que viver com o descaso
Da frieza de dizer
Na previsível, seguinte, manhã
"Foi bom, até mais ver"

23:27
16/08/2015

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