Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Que teus olhos me vejam.

A viola desafinou, o piano perdeu as teclas e o maestro o compasso, quando tu não me avistou. Fiquei de longe te olhando, pensando em ir conversar qualquer coisa sobre motores, chassi  ou teu perfume, só pra conhecer tua voz, aparecer em tua foto, contigo prosear. Mas menina não tive coragem, então fiquei admirando, guardando cada cena, planejando contigo falar, até comentei com amigos meus, sabes como são os homens... Disseram: "vai lá ôh Romeu, não é dela que quer saber o nome?"
Porém quem disse que as pernas obedeciam o que a mente desejava, só se moviam os olhos ao te ver entre elas, querendo estar naquela foto, pra que em noite qualquer tu perguntasse "quem és aquele intruso? Meninas vocês conhecem? Nunca Vi mais mudo" só pra que em teu celular eu estivesse.
Entretanto não foi assim que prosseguiu e o tempo tomou outras rédias, foi disfarçado de outro perfil que continue a te observar e traçar e pensar e curtir.
Mas como toda vontade não demora até a ela a gente se entregar, então mostrei as caras, me despi do lençol e de toda carapuça, contigo fui falar, me mostrar, te segui, de ti esperar, resposta.
Ao ver que não silenciou e a mim não ignorou quase que não me dei e respondi com presteza, já estando longe dessa vez, mas não importava porque tu sempre falava cheia de gentileza.
E ali eu já sabia que não seria conversa única, essas coisas a gente sente, sabe (deseja e se convence).
Eu não satisfeito em apenas conversar, fui então tentar te encontar, contudo naquela tarde fui traído, quando corri pra te vê, pelo tempo e pela estrada que sem consideração me levaram a outros lugares, longe  do teu coração.
Bons amigos nos tormamos, podíamos até ser mais, mas por recente notícia tua, de um andarilho que apareceu, percebi que pelo visto não está nos planos desse tempo que presente se faz.
Não esmorecerei, posso até morar mais longe, ei de chegar a ti, de perto, sem emoticons, áudios ou letras, não importa quanto tenha que cair da areia da ampulheta.
00:37h
11/02/2016

~ ~ às vezes a gente se veste do outro, pra falar pra alguém sobre o que o outro se cala ~ ~

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