Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Mámemória

       

Sempre perco as referências,
não sei sobre nomes ou autores,
só o que fica é o que disseram.
Sempre esqueço o caminho, quando vou pela primeira vez
não guardo traços ou lugares, me perco, desacompanhada
porque minha mente guarda pouca coisa, algum perfume, uma palavra, uma atitude,
mas no fim ou começo sempre esqueço de algo que jurarei ser importante.
Como não dá pra lembrar de tudo e já sabendo que esquecerei,
posso perguntar  uma, duas ou mesmo três (vezes)
pra que eu não esqueça,
pra que na memória se guarde
e na caixinha das lembranças
se confundam, teu jeito, perfume e tua pele;
pra caso um dia esqueça teu nome
te veja mesmo de olhos fechados,
te desenhe;
te trace;
te verse.

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