Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Dia desses

No teu corpo fiz morada dia desses
Fiz barulho, bagunça e surdez
Te fiz mudo, no mundo do meu quarto fiz um trato
Comigo mesma e contigo sem que soubesse

Dia desses minhas paredes calaram-se segredo
E meu travesseiro se recusou ao chão
Meu lençol se embebiu em teu cheiro
Tua pele fez suar meu colchão

Mas dia desses não é pra todo poente
Todo Solstício, equinócio ou verão
É pra folhinha dos dias guardados

Sem chaves, quem dirás sete
Sem vestes
De colo quente: memórias
01/02/17

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