Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Tudo

Por anos vivi entre aqueles que tinham interesses outros. Hoje vivo no cerne do que pra mim faz sentido e me sinto superfície. Superfície no meu próprio mundo. 

Por anos aprendi a ser média, mediana, mediocre. Aprendi a decorar frase feita do que pessoas dedicaram a vida para descobrir. Uma frase de cada um, como se aquele mínimo pudesse resumir a vida de dedicação  de quem foi tudo, tudo agora numa página de caderno. 
"É importante saber um pouco de cada coisa"
Frase feita enraizada num esforço monumental de 10? 16? 25 anos..

De volta a meu mundo encontrei pessoas que são tudo e assim me tiram da superfície quando lá insisto em voltar. Tiram-na de mim. Como quem arranca um mal pela raíz. 
E pra dentro trago, pra perto do peito, tudo que quero ser. Tudo que faça sentido. 
Agora.
Tudo.

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