Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Com o vento, a vida dança

Só queria dali sair
Do lugar que não me cabia
Já não era primeira vez que tentavam aprisionar o meu ser
Liberto de alma, faltava o corpo

Fiquei

Mas logo iria

Que é isso menino? Vais levantar?
O que tens a dizer a aqueles que contigo não compartilham tua liberdade?

O que querem ouvir, apenas
a validação
das suas crenças
das certezas
que movem suas vidas

Sua liberdade não é igual a minha
E há de se respeitar 
O desejo de permanecer restrito
O maniqueísmo de Gregório
É o que por vezes os salvam deles mesmos

Minhas palavras não se baseiam em empírica memória
Mas como placebo tem o mesmo efeito sob os seus ouvidos

O ser que guardava a saída, a passagem pro mundano, continuava a nos encarar
Permaneçam, é a melhor escolha
Não há o que questionar!

Da sua crença veio a solução:
De céu e inferno nos despir
Outra história haveria de surgir
Com um terceiro sujeito
Conseguiríamos dalí sair

Temos que ir, nosso amigo nos aguarda. Não há tempo a perder, não há o que temer, a nossa volta é certa.

Placebo da verdade
Personificação da vontade (de ir embora)
O terceiro se moldava à nossa voz
De corpo, nome e necessidade

Sem tê-lo visto
Ou mesmo nos conhecer
O vigia imerso em suas crenças
Não tinha mais o que fazer

Vão, mas prometam-me voltar, é o único modo de por essa porta passar.

Com o vento, a promessa dançou
Se pousou em algum ninho, nunca soubemos
Pela porta não entrou
Liberta deve estar

Mas o que ocorrera?
Quem há de saber!
Não me cabe tal resposta
Não me cabe entender
Agora desejo apenas

De corpo e alma, 
inteiro,
Ser

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