Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Num calabouço de olhos abertos. Num cinema de óculos escuros.



A cada dia, mais falta sinto, mas tem dia que nada sinto e tudo parece como antes.
Tem dia que volto ao passado, recordo os fatos e preencho-me com uma glória que já se foi.
Tem dia que agradeço por não ser mais como antes, por não ter como antes aquele imenso vazio.
Já outros, brigo com o presente por não ter o sucesso da falta de necessidade do que hoje conheci.
Brigo comigo por ter me permitido e agora saber o que quero e mesmo assim não poder.
Não mais é tão fácil, não mais é tão prático dizer não e fechar os olhos para o que se passa em minha frente.
Devo renunciar, tenho que me concentrar no que agora interessa, já que agora tenho pressa (essa que antes não havia).
Não havia tão intensa; não a via com frequência: Numa semana talvez, mais que de mês em mês.
Não desejava rimar pobre ou ricamente, pois é triste o que se sente quando se pensa no que já não se tem.
Mas é difícil evitar quando surge a ideia e o medo de perdê-la te faz registrar.
Sem melodias ou ritmo vou escrevendo e me condenando por não estar estudando nesses minutos subsequentes.
Mas voltarei em pouco tempo para o que nesse momento é importante concretizar:
Uma fase
Um ciclo
Uma prisão

Um vão do qual preciso me libertar.


                     É inútil saber o que passa em sua frente quando não se pode abrir os olhos.

25.10.11

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O tempo que leva (enquanto provamos)

Um direito

Acabou pra ser