Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Sem nuvens, sem ressaca: Meu Desejo.

Uma nuvem tem aparecido no céu. Posso vê-la pelo reflexo de alguns olhos próximos, olhos que não desejo ver também a chuva refletir, mas esse poder não compete a mim, escorre por entre meus dedos, pois não cabe em minhas mãos.
Sim, que seja passageira, que se espalhe e não mais adie o sol que deseja tanto aparecer, que tanto deseja iluminar, que tanto deseja refletir nesses mesmos olhos, seus raios. Que eu possa ver, também, brotar um sorriso, aquele escondido da sombra e de toda lágrima triste que pudesse acompanha-lo. Desejo tanto vê-lo. Não. Desejo vê-los, pois não apenas uma boca merece-o.
Conheço lábios que o projetariam com tamanha beleza que seria um ultraje adiá-lo. Conheço olhos que refletiriam tão bem a luz que, seriam capazes de iluminar toda uma estação guiando aqueles que ainda possuem nuvens sobre si como que fossem capazes, não de extingui-las, mas fazerem delas menos acinzentadas.
Gosto tanto desses olhos e como olham para mim que dói a lembrança de um futuro sem tais tão diariamente como me deixei viciar. Antes, apenas não conhecia, apenas não sabia da tamanha diferença que me fariam. Hoje, temo por um dia que não os tenha mais, e temo ainda mais por um dia em que não sejam tão viciantes como hoje são.


Desejo permanecer assim: Embriagada, como quem bebe sempre da mesma fonte e prefere morrer de overdose à uma ressaca que limita a memória.


Não deixem de sorrir, seja com os olhos ou lábios: Preciso deles.

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