Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

O pincel está respingado de tinta, mais uma vez.


Se eu te contar com todas as palavras aquilo que aqui digo, talvez tu não te contentes tanto, não disponibilize tempo para ouvir o que tentarei balbuciar aos pés de teu ouvido.
Mas então, tu me perguntas: “E como mais tu dizes se não com todas as palavras?”.
Com imagens. Quantas cenas já passaram em tua mente desde que passou por esses pequenos cômodos? Quantos sabores tu empregaste para torta tão esperada no forno ou as rosas nunca murchas postas ao lado do parapeito? Pois te digo como quem sabe por onde andas: Se todas as palavras fossem ditas e não te restasse a dúvida, teu interesse não seria o mesmo.
Desejas uma ilustração?
 Quem tem um sol amarelo num desenho, tem um sol amarelo num desenho e nada mais que seja intrigante.
Quem tem um sol num desenho, tem um sol amarelo, laranja, vermelho... Ou mesmo sem brilho, para os dias nublados.
Tu moldas aquilo que digo pois, tua sensação, teu sentimento convivem com minhas palavras e as fazem mais tuas do que propriamente minhas quando és tu quem ler.
Se, eu te dou um castelo de blocos presos, para sempre um castelo.
Se, eu te dou um castelo de blocos soltos, tu o derrubas e constrói o que te convier, e nem precisa ser uma morada.

Se para ti é teu, internalizarás; se somente meu for, não te tocarás tão pra sempre assim.

                                                                                                                                             20-11-2011//21-11-2011

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O tempo que leva (enquanto provamos)

Um direito

Acabou pra ser