Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

eufórico baile à chuva

Um texto começa de onde a vida vem: inspiração
... seja do tipo Peter Pan e sua "Terra do Nunca", seja do tipo de um pedido bem real, daqueles que seguidos  por um simples sim expulsam lágrimas dos olhos que não suportam mais tanta emoção e portanto dividem-na com o rosto, daqueles (pedidos) que o outro rosto igualmente ansioso junta-se ao primeiro banhando-se com suas lágrimas, deleitando-se com o desejo tão esperado; invejadas, as lágrimas destes olhos também saem para descobrir o porquê da euforia lá fora e juntam-se à cascata, descem pelas maçãs, dividem-se entre as maçãs dos rostos ainda colados, banham as bocas - cada uma, ainda, de um lado - escorrem para os ombros, braços entrelaçados e todo o corpo desejoso do mesmo anseio chora junto à elas, sorri junto aos lábios, as mãos que se sentem distantes da euforia vão às bochechas, chegam perto, banham-se e quando já bêbadas permitem aos olhos novamente enxergarem o que se passa, os ombros descolam-se, os braços desentrelaçam-se para que agora, no ápice da emoção, os lábios ainda enxercados mostrem-se um ao outro, os olhos dão licença e fecham-se, as mãos se põe às costas dando permissão para que eles  finalmente tenham sua chance "epifânica" de dizerem sem proferirem uma palavra sequer que têm o poder de fazer todos os outro sentidos irem do mais puro esquecimento ao mais intenso caos.
                                                                                                                                             25/06/13

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