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Mostrando postagens de 2015

Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Divisão de papéis

(...) O incerto e o efêmero eu trato com outros sentidos, não menos importantes, não menos necessários, mas o coração precisa da entrega da alma, do amor como deve ser em sua totalidade. Assim, quando pra casa volto, ele continua dormindo até que por obra do destino um dia possa acordar... quando puder ser pleno, quando puder se entregar, quando quiser ser tudo e metade. "When i have little hands again , i'll be happy "

Faltou Café quente, pra nunca mais

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  "Se tu te vais às 4h, desde às 3h começo a ser feliz" Se por trás de cada palavra minha há uma frase é porque por trás de cada silêncio meu, houve uma lágrima. Se és culpado pelo meu silêncio? Não, mas és por não ter percebido meu sorriso dolorido, pelo tempo, machucado. És culpado pelas vezes que viu e se acomodou em berço esplêndido, embaixo da saia da tua progenitora, longe (de mim). Eu que tanto te ofereci. Eu que tanto me doei, como dói... Eu que tanto te quis, não quero mais. "Não digo que foi ruim, mas também não foi tão bom assim, não imagine que te quero mal, apenas não te quero mais" O que dói? O tempo. O café esfriou e em cafeteira sem sorte, eu aqueci, mas você deve saber, café requentado não presta... Amarga antes do tempo, até o açúcar se recusa e repousa no fundo da xícara, não quer mais ser mistura, não serve mais. Por trás do teu silencio, houve meu grito incubado. Por trás de teu esquecimento de uma semana, minha lem...

Tempo de conflito

Até onde vale a pena Até onde é em vão? Quando ceder a vontade Quando justifica o não? Quais palavras usar Se nem elas te convencem? Se elas discordam E entram em conflito Em paradoxo estado Apenas pensar no amanhã justifica Apenas o amanhã responde Mas se é hoje que se vive E o amanhã pode não existir Como basear a decisão Em incerto tempo Ainda não vivido Se o presente conhecido Quer  te seduzir? Usando mansas palavras Bem perto ao ouvido "E se esse depois não vier Enquanto eu estou aqui Sacrificará o que já tens Contrapondo o desejo com "mas", "porém" ?" E o que ainda te resta de sanidade Depois de jogo de sedução Usa tuas pernas contra a vontade E te faz acatar a decisão Até tua cama chegar Em solitária condição Te convencendo contra o desejo Que foi o melhor a fazer Sacrificando a vontade Ainda em paixão a arder Maldizendo o...

Sobre memória, spoiler e futuro

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E hoje meu dia se faz leve Deixo pra ontem o que se foi E pra amanhã o que não sei Sobre o tempo, a dúvida se faz E a cada incerteza do futuro O desejo do dia diferente Ainda não residente (na memória) Dê ao homem o poder de saber o futuro e logo se animará por antes de todos conhecer tudo que irá ocorrer mesmo que não possa mudar. Até que um dia perceberá que sua vida se tornou memória, como um livro já antes lido, uma história já antes contada, de conhecido, o futuro se tornará passado, ao passo que, em sua mente, já foi. Aí saberá que jamais, novamente, poderá degustar o sabor do desconhecido, a expectativa do inusitado e então  soterrado pelo tédio desejará o que não conhece, algo novo que não mais acontece, mas em vão será sua prece. O desejo antes valioso se tornará martírio; Pra se livrar desse mal, demorada oração; E frente ao medo de jamais se surpreender e de viver na mediocridade de saber que tudo que um dia viverá já está em sua memória, grita...

E se?

E de tanto me dizer, nunca quis ouvir Se tanto te julguei foi por não entender Eu nunca confessaria, veja bem "Você está certo" ah faça o favor! O que seria mais fácil acontecer? Cada fio meu de cabelo cair E mesmo assim eu diria que não Estava eu desencontrada de mim Sendo assim como poderia concordar? Tendo em vista escolhas descabidas Inventando prisões desmerecidas Versões erradas do meu ser Enquanto vivia a falta, a ausência... Renunciando sem pestanejar, ao tempo Como quem sucumbe a própria vontade E desconsidera a própria importância Raramente vive o que deseja Tendo em vista que mal sabe O que de fato precisa ? "Do braço a torcer a pensar em concordar contigo..." 17/07 22:51 h

por onde irei?

seria eu capaz de recomeçar? sem mesmo poder ver "o horizonte onde está"? sairei eu da desordem, da bagunça da frustração para onde encontrar-me-ei em lugar distante desconhecido (des)consoante onde o sentido, enfim, se fará (presente) ? saberia eu caminhar para lugar esse sem medo de me perder sem medo de não saber por que caminho andar bastando-me somente a certeza de que independente de pra onde eu vá o melhor da vida é (e será) o que de fato encontrar na ida, na volta... enquanto eu puder caminhar ? das cobranças fugir da minha mente fugir a realidade pintar com o tom mais verdadeiro que a aquarela possuir sem a menor gota de desgosto sem por um momento (des)aproveitar sem por um momento fugir sem medo algum de cair nos braços do destino por saber, por experiência ou dor que seria ao deixar cair a certeza ao vê-la se quebrar, que a verdade, enfim presente se fará mostrando entre seus cacos o que não pude antes ver por nunca ter...

Sobre pesos e prisões

o que cansa mais que a rotina senão a tristeza? o que exausta mais que as obrigações senão o peso que se carrega sem obrigação? a vida é leve meu bem... leve-a como uma dádiva sem incorrer no erro de trazer para si algemas que nunca foram tuas, não abaixe a cabeça, não se submeta, não se prenda, se martirize, não deixe que te enquadrem, ouça menos, faça mais. Arrisque mais a arrepender-se mais e se arrependerá menos porque todo o risco é válido, porque tudo é menos complicado do que parece, é menos pesado do que parece... desmistifique, sonhe, cante, dance... dance mal, dance bem... só dance. Vá até onde ninguém foi. Seja o que ninguém um dia foi... o que você nunca foi. 10/06/15

continuação

(...) ainda é difícil enxergar olhar além do que se vê quem um dia irá saber, o horizonte, onde está? Onde reside o desejo, o futuro da memória não vivida o mar amante, o cortejo ao sol, ao fim, ao começo (da vida). Como rearranjar as pedras que nos levarão ao monte que tanto se sonha, se tudo está fora de ordem, se tudo parece se encontrar no vão. Como fazer do presente caminho pro futuro desejado, onde está esse tempo, assim, não conjugado que não se vê, mas se quer que não se apalpa, mas se sonha seremos nós eternos amantes do desejo de outrora?