Barquinho de papel (azul)

Hoje sonhei com meu avô  Que tudo preparava para encontrar minha avó  Tudo. Elevadores, espaço, bosque, casa. Tudo que ele achava que precisava. Para encontrá-la e com ela ficar - novamente. Ontem fui dormir triste e acordei feliz com o sonho. Os detalhes se sobrepuseram na memória e a narrativa não tem coesão, coerência, tampouco roteiro. Só um sentimento: amor. Quase no final do sonho ele pegava a viola e começava a tocar música autoral para ela: Barquinho de papel. Enquanto eu, de posse de um papel azul, tentava fazer um origami de barquinho com um pássaro para entregar a ele, quando terminasse de tocar. Mas eu não soube terminar, me perdi entre as dobras. Ele tocara a última estrofe quando o sonho, esse sim, terminou: "Eu ja tava estressado  Com aquele tanto de trabalho Canário é igual a soldado  Se come fora de horário  Pode até não existir" Acordei cantarolando, como moda de viola, me perguntando o que havia de romântico nesta canção. Talvez houvesse nos v...

Assim, acordados.

Quase uma meia luz, o vento canta como quem desejava acordar aquele casal do transe em que se encontrava. Sabendo que provavelmente não seria suficiente, manda folhas secas, caídas desde o início do outono, na direção dos dois corpos ali parados. Abaixam os olhos, finalmente. Cabelos ao vento. Folhas no pescoço. O frio voltava à cena. Os pés podiam sentir a grama. Movimentam seus corpos. Em fim, saem do transe.
Entreolham-se. Sorriem. Sentiam seus pelos arrepiados, o corpo reclama a anestesia sem efeito. Ainda havia lua, mas agora estavam no mundo em quem não podiam se privar das sensações indesejadas. Entram no carro. Partem para casa.
                                                                                                                                     12/01/2012

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