'Shut up' is generally bad advice

I've lost my way some years ago when, many times, I chose not to do what I really wanted and instead followed what other people belive was the right way. And I did this so often that it became almost automatic. I didn't relised it then, but I was reproducing the way I interpreted my mom's behavior. She always made decisions based on previous experiences - if something had worked for somebody else, she would consider trying it. For a long time I wasn't able to try something new, to take risks, to give myself a chance, I was too busy seeking others people's opion, their path, their "right way". I truly believed in the ideia of something being absolute right or absolute wrong. When I finally dicovered that everything is relative, I broke. My world turned upside down and I couldn't even brush my teeth without think about it. How many opportunites did lose cause I wasn't able to follow my instincts? How many opportunites did I lose cause I let someone e...

Direito de posse.


Agora são Longos-curtos. E assim se fazem: Como degraus, subindo até a franja; em camadas que descem como ondas por minhas costas, fazendo cócegas, quase beijos. No espelho, tenho variadas versões agora: Posso deleitar-me com seu pouco comprimento esse, que por falta de coragem, há tempos não aprecio. Posso voltar à visão de suas longas mechas ainda presentes, depois de olhar de outro ângulo.
Há tempos não os modificava. Há tempos suas pontas, como secas folhas, tiravam seu acabamento, não permitiam o toque final, davam trabalho e não me satisfaziam. A franja já não era franja, mas sim algo que se perdeu no tempo tornando-se dúvida, como aquele que perde o rumo e, por não saber mais aonde vai, aceita qualquer definição, qualquer uma que o faça sentir ainda vivo.  Definiram-na como “franjão” e ela aceitou, pois, já perdida, se satisfazia com alguma caracterização ainda possível.
Sem curvas já estavam ficando. Sem formato. Sem definição. Não foi aparado, retocado, cuidado e assim o exagero o tomou e cresceu desregradamente. Também muito foi puxado: Pra um lado, pro outro, pra aquele que satisfizesse a vontade de quem o alcançasse, de quem dele tomasse posse. Foi preso, como culpado por um crime, sem pena, mesmo se rebelando. E se rebelou: Pra cima, para os lados, mesmo quando seus fios eram quebrados (principalmente quando seus fios eram quebrados).
Mas agora posso dizer que o passado se esvaiu e a penitência não há mais. Mais agradáveis e com mais motivos para sorrir, eles permitem-me horas em frente ao espelho. Que pareça fútil para os desavisados ou desconhecedores da saga, mas para mim são importantes e sempre serão. Jamais esquecidos outra vez. Talvez ainda enfrentem altas temperaturas, mas se a causa for justa, eles entenderão.

Sempre da mesma cor. Cacheados. Lisos. Curtos. Longos. Agora Longos-curtos, ainda meus. Sempre meus. Meus cabelos.

                                                                                                                             03/02/2012

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