'Shut up' is generally bad advice

I've lost my way some years ago when, many times, I chose not to do what I really wanted and instead followed what other people belive was the right way. And I did this so often that it became almost automatic. I didn't relised it then, but I was reproducing the way I interpreted my mom's behavior. She always made decisions based on previous experiences - if something had worked for somebody else, she would consider trying it. For a long time I wasn't able to try something new, to take risks, to give myself a chance, I was too busy seeking others people's opion, their path, their "right way". I truly believed in the ideia of something being absolute right or absolute wrong. When I finally dicovered that everything is relative, I broke. My world turned upside down and I couldn't even brush my teeth without think about it. How many opportunites did lose cause I wasn't able to follow my instincts? How many opportunites did I lose cause I let someone e...

Trocando as engrenagens, expondo as feridas

Há tempos tenho perdido partes da minha memória por momentos, os mais importantes - por sinal - é como se o parafuso de um relógio folgasse justamente à meia noite, quanto todos esperam as doze badaladas. Sinto-me caindo nos meus pesadelos, como se de tão assustadores eles estivessem se tornando reais, aquilo que um dia eu temi, a seda que separava o caminho do certo àquele do fracasso estivesse se rompendo e tudo se misturando e eu não conseguisse separar.
Sinto-me não sendo "posta a prova", mas como uma espécie de rearranjo da mente: primeiro o desarranjado, depois a ordem, como uma "limpa" no armário: você tira tudo, faz uma pilha na cama e depois recoloca apenas aquilo que realmente importa, apenas o vital, o que não for, dar-se outro fim. 
Sinto-me assim: numa cama com pilhas e pilhas de roupas e perfumes e hidratantes e sapatos, sem conseguir encontrar um pente, mas ao mesmo tempo sabendo que haverá uma hora em que tudo estará, novamente, no seu devido lugar, de um jeito melhor, mais organizado, mais adequado ao tempo de agora, ao presente, como se eu devesse me libertar de manias, vícios, de outrora para só assim encontrar um jeito de fazer isso dá certo, só que um jeito novo, o antigo não funciona mais, o relógio não é mais o mesmo, o velho parafuso já não encaixa, a norma mudou, apesar de ser o mesmo fabricante.
Resta-me ter paciência para encontrar-me nessa pilha de roupas; basta-me ser sensata para não jogar tudo embaixo da cama e dormir, esquecendo-me que um dia, amanhã - ou antes - ei de levantar e se não prosseguir com a nova missão, as traças devorarão minhas peças e além de permanecer com o quarto bagunçado, não terei mais o que vestir, como pentear os cabelos ou mesmo perfumar-me. Quem seria eu?
É, eu sei, não há porque desistir, afinal, quem sou eu para dizer que estou só, quem sou eu para dizer que cabe apenas a mim decidir o que já é obsoleto e o que não é, no fim das contas, se estivesse só, nem mesmo haveria notado a bagunça, ou quem sabe a necessidade de toda a reforma. Continuaria vivendo perdida dentro desse quarto de mim.

Se um cirurgião os meus órgãos  retirasse e depois meu corpo reformulasse, não seria (eu) mais munida de apêndice ou amídalas.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O tempo que leva (enquanto provamos)

Um direito

Barquinho de papel (azul)