'Shut up' is generally bad advice

I've lost my way some years ago when, many times, I chose not to do what I really wanted and instead followed what other people belive was the right way. And I did this so often that it became almost automatic. I didn't relised it then, but I was reproducing the way I interpreted my mom's behavior. She always made decisions based on previous experiences - if something had worked for somebody else, she would consider trying it. For a long time I wasn't able to try something new, to take risks, to give myself a chance, I was too busy seeking others people's opion, their path, their "right way". I truly believed in the ideia of something being absolute right or absolute wrong. When I finally dicovered that everything is relative, I broke. My world turned upside down and I couldn't even brush my teeth without think about it. How many opportunites did lose cause I wasn't able to follow my instincts? How many opportunites did I lose cause I let someone e...

Sentido por sentido: Finalidade.

    É como manter-se calado. Tem a mesma utilidade de falar com as paredes num quarto de portas fechadas. É como estar no calabouço de olhos abertos ou no cinema de óculos escuros. Como escrever para um cego ou balbuciar para um surdo. Desejar comentários de um mudo ou esperar carícias de um maníaco.
   Mas mesmo assim a gente continua, a gente escreve como se alguém fosse ler, não alguém, mas o alguém. A gente escreve e se sente dizendo, se sente conversando. A gente finge que disse e depois dar-se conta do fantástico momento que passou.
   Nesse sentido é inútil, mas não em todos os sentidos.
   Transpor os sentimentos para o papel é como provar de uma fruta desconhecida: Ela está ali, diante dos olhos, seu sabor é inalcançável até que se prova. Escrever é provar, provar da fruta já existente (sentimentos e afins) e assim conhecê-la, e assim poder falar sobre, entender, gostar ou não.
   Mas a gente nunca quer só conhecer. A gente quer manipular, mesmo fantasticamente, o que se escreve, manipular para alguém, destinar e se convencer.
   Há vezes, porém, que não há destinatário e ai sim, escrever é satisfação puramente pessoal. Não há a preocupação com o leitor. A gente lê uma, duas, três vezes e não se cansa porque aquelas palavras transpõe tanto o que se sente que é como uma mágica realizada. É de uma satisfação imensa e desejamos continuar a ler, quantas vezes forem possíveis, até a possível (não provável) obsolescência atingida. Improvável, mas, às vezes (mais uma vez) acontece, porém não há motivo para preocupação, caso isso ocorra, não faltarão novas palavras para serem escritas, novos textos ainda não obsoletos, novos em si, até a exaustão. 

Escreva. Prove. Delicie-se.

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